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O que é o coronavírus e quais os reais riscos para quem tem problemas respiratórios?

Clínica CDRA • jun. 16, 2020

O Coronavírus é um dos assuntos mais abordados nos últimos meses. Com o primeiro caso confirmado ainda em 2019, na China, trata-se de um vírus que já atingiu quase todos os países do mundo, causando diversas mortes e levando os governos a tomarem medidas contundentes para contê-lo.


Toda a população está suscetível à sua infecção. A preocupação maior em relação a ele, porém, não diz respeito à quantidade de pessoas que podem contraí-la, mas sim pelo fato de deixar as pessoas doentes por muito tempo e apresentar uma alta taxa de mortalidade, principalmente em pacientes do grupo de risco, que são:

  • Pessoas acima de 60 anos;
  • Cardiopatas;
  • Pneumopatas;
  • Imunossuprimidos;
  • Doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.

Neste artigo, você vai saber tudo sobre a doença, seus principais sintomas, a forma de diagnóstico e se é possível tratá-la. Verá, ainda, as dúvidas mais comuns sobre o assunto e suas respectivas respostas.


Boa leitura!

O que é Coronavírus e como se manifesta?

Trata-se de um vírus causador de infecções respiratórias que pode acometer indivíduos de qualquer idade e em diferentes intensidades. O vírus, na verdade, não é novo, apesar de muitas pessoas não terem ouvido falar dele antes da pandemia que teve início na China em 2019.

No nosso meio existem 4 tipos de Coronavírus que estão ativamente causando doenças respiratórias leves, principalmente em crianças, chamadas coronaviroses. Também já se sabe há muito tempo que causam doenças em outros animais, como frangos, gatos e cachorros, inclusive existem vacinas para os Coronavírus que acometem esses animais. 

A questão desta nova espécie de Coronavírus, o SARS-CoV-2, é que nunca infectou humanos antes, portanto não temos imunidade nem vacina. A hipótese principal sobre o que levou o vírus a começar a afetar humanos deve-se a alimentação peculiar dos chineses.

A COVID-19 (do inglês COronaVIrus Disease, 2019), doença causada pela espécie SARS-CoV-2 de Coronavírus, em geral se manifesta de forma semelhante à gripe ou resfriado comum. Em crianças, por exemplo, os sintomas costumam ser mais leves e há relatos de ocorrência de conjuntivite.

Nos quadros mais graves da COVID-19, os sintomas vão se tornando mais intensos, destacando-se:
  • Febre;
  • Falta de ar;
  • Tosse seca.
Alguns pacientes são assintomáticos, enquanto outros podem apresentar também:
  1. Dores no corpo;
  2. Congestão nasal;
  3. Corrimento nasal;
  4. Dor de garganta;
  5. Diarreia;
  6. Cansaço.

Como é feito o diagnóstico da doença?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todos os pacientes com qualquer tipo de sintoma característico sejam testados. Afinal, essa é a única forma de comprovação oficial da existência do Coronavírus.


Porém, o Brasil não conta com testes suficientes para todos e, por este motivo, estão sendo priorizados pacientes que já estão internados ou que apresentam sintomas mais graves.


Logo, a orientação do governo é que as pessoas mantenham a calma e evitem procurar o Pronto Socorro caso apresentem sintomas leves. Essa ação evita que haja contágio em massa – partindo do pressuposto que existem pacientes em tratamento de outras doenças.


Logo, apesar de ainda não ser possível diagnosticar com precisão todos os casos, o ideal é que a pessoa fique em casa quando não tem sintomas graves. Somente deve procurar ajuda médica quem apresentar falta de ar intensa e precisar de auxílio médico.

Por que portadores de problemas respiratórios precisam tomar mais cuidado?

Pacientes com doenças respiratórias não têm mais chances de contrair a doença, diferentemente do que se imagina. O que ocorre é que eles têm maior probabilidade de apresentar sintomas mais críticos, visto que o vírus afeta com maior intensidade o pulmão.

Isso significa que a gravidade da doença tende a ser maior para esses indivíduos e, geralmente, necessitam de internação e cuidados específicos.

É possível prevenir a doença?

A única forma de prevenir o Coronavírus é evitar que o vírus se propague de uma pessoa para outra. A grande vantagem do Brasil é que o país teve a oportunidade de saber de antemão o caos que o vírus gerou e, assim, tomar medidas preventivas.


Existem 2 formas principais de prevenção:

1. Individual

É realizado quando a pessoa apresenta os sintomas e precisa se isolar para proteger as demais. Ou seja, os cuidados são individuais, mas pensando no bem geral. Neste caso, as principais orientações são:

  • Utilizar máscara cirúrgica;
  • Tossir ou espirrar utilizando o cotovelo;
  • Não ter contatos físicos.

É importante destacar que, ao espirrar, são espalhadas gotículas com o vírus, que ficam no ar por cerca de 2 a 3 horas. Passado esse período, elas caem, se fixando em superfícies.


Logo, quem frequenta ambientes com presença de portadores da doença, precisa redobrar a atenção. Afinal, pode acabar sendo contaminado ao tocar em qualquer objeto e, após, na sua mucosa, principalmente olhos, boca ou nariz.


Por isso é importante lavar bem as mãos com água e sabão e, caso esteja na rua, utilizar álcool em gel.

2. Populacional

Consiste no isolamento social, ou seja, em permanecer em casa, evitando ambientes públicos, fechados e movimentados. 


Essa ação tem como objetivo evitar que os mais suscetíveis sejam afetados e não possam receber o tratamento adequado. 


Além disso, evita que o sistema de saúde entre em colapso, devido ao grande número de atendimentos e internações que seriam necessários, de forma simultânea, caso houvesse manifestação de forma descontrolada. É o chamado achatamento da curva de contágio.


Sem falar que existem outros pacientes que buscam os hospitais devido a outros problemas sérios e não podem ser prejudicados devido a pandemia.

O Coronavírus possui tratamento?

Assim como outras viroses, o Coronavírus não possui uma medicação que combata a doença. Logo, o tratamento consiste em oferecer suporte ao órgão afetado, que geralmente é o pulmão, para que ele se mantenha em funcionamento.


Caso o paciente sofra queda de oxigenação, o tratamento terá por finalidade repor o oxigênio até que o quadro melhore. Se isso não for suficiente, ele pode ser encaminhado para a intubação, onde a pessoa utiliza um respirador – que ajudará nas funções pulmonares até que o organismo se recupere.


É importante destacar que estão sendo realizadas diversas pesquisas tanto para oferecer tratamento imediato, através de medicamentos, quando preventivo, mediante vacina. Nenhuma delas, porém, apresenta comprovação e a tendência é que o estudo não seja finalizado durante esse surto de Coronavírus.


Portanto, evite utilizar qualquer medicamento que não tenha comprovação científica, pois ela pode piorar ainda mais a doença. Isso significa que o melhor tratamento é a prevenção mediante o isolamento social e a realização de todos os cuidados com a higiene.


Quem apresenta sintomas da COVID-19 precisa ficar 14 dias em isolamento total, sem ter contato com outras pessoas. 

Dúvidas comuns sobre o Coronavírus

Quem está realizando algum tratamento precisa parar por causa do Coronavírus?

Mesmo que no tratamento em questão sejam utilizados medicamentos que, segundo pesquisas preliminares, podem piorar o quadro do Coronavírus, ele não deve ser encerrado

Um exemplo é o uso de corticoide. Quem tem asma e usa esse medicamento de forma frequente, se encerrar seu uso, corre o risco de ver seus sintomas piorarem ou de apresentar um quadro mais grave de COVID-19, caso se infecte.

De qualquer forma, é importante conversar com o médico responsável para entender o quadro e esclarecer todas as dúvidas referentes ao uso de medicamento contínuo. 

Quais medidas devem ser adotadas após voltar da rua?

Ao chegar em casa, a orientação é que a pessoa tire a roupa imediatamente e tome banho, cuidando para se higienizar bem, principalmente as mãos.

É importante realizar a vacina contra a gripe?

Sim, é importante que todas as pessoas que fazem parte do grupo de risco se vacinem contra a gripe, portanto converse com seu médico. Apesar das duas doenças não terem relação e a vacina não proteger contra a COVID-19, a gripe pode mascarar o coronavírus, já que apresentam sintomas similares.

Quem é assintomático pode transmitir a doença?

Sim! Mesmo quem não apresenta sintoma algum, pode transmitir a doença. Por isso que é tão importante manter o isolamento social e realizar a higiene adequada sempre.

Gestante tem mais riscos de contrair a doença?

Segundo pesquisas, gestantes e crianças não têm risco aumentado de contrair o Coronavírus nem de apresentar os sintomas mais críticos.

A máscara pode ser reutilizada?

A máscara cirúrgica, que é a mais comum de se ver, deve ser utilizada uma única vez. Ou seja: usou, descartou. Também é importante lembrar que não se deve ficar tocando na máscara enquanto estiver usando-a, pelo risco de contaminar sua mão

Mas quando ela deve ser utilizada? Basicamente nos seguintes casos:
  • Quando a pessoa apresenta os sintomas;
  • Pacientes crônicos;
  • Quem é saudável e está assintomático, mas está cuidando de um paciente.

Máscaras caseiras podem ser utilizadas?

As pessoas assintomáticas e que não sejam dos grupos de risco deveriam usar máscara caseira para proteger o próximo de eventual infecção, já que alguns são portadores do vírus e não há como saber. Entretanto, não se deve usá-las por muito tempo ou se estiverem úmidas, pois os saudáveis que não são portadores do vírus podem ter o risco aumentado de contaminação quando isso acontece.

Quanto tempo o vírus fica no ambiente?

Em uma superfície, ele pode sobreviver por horas e até dias. Veja alguns exemplos:
  • Madeira: 5 até 7 dias;
  • Vidro: 2 ou 3 dias;
  • Alumínio ou ferro: 8 a 10 horas;
  • No ar: 3 a 6 horas.

Cuide da sua saúde e do próximo

É essencial que realizemos todas as ações preventivas para conter a disseminação do vírus. Ao longo da pandemia, é esperado o surgimento de diversas informações conflitantes e que podem prejudicar ainda mais o tratamento da doença. Isso acontece porque ainda estamos aprendendo sobre a COVID-19 e novos fatos são descobertos diariamente, fazendo com que precisemos mudar as orientações.

Logo, siga apenas as recomendações do seu médico, das instituições e órgãos de saúde oficiais. Apenas eles estão aptos a indicarem o que é mais apropriado para garantir a saúde de todos baseando-se em dados científicos atualizados.

Lave suas mãos com frequência e, se possível, fique em casa! Caso você tenha qualquer dúvida sobre o assunto, não deixe de nos contatar.
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A pneumonia é uma infecção respiratória comum que pode afetar pessoas de todas as idades, mas pode ser particularmente grave em crianças pequenas, idosos e indivíduos com doenças crônicas ou imunossuprimidos. Uma das principais causas de pneumonia é uma bactéria chamada Streptococcus pneumoniae , também conhecida como pneumococo. Felizmente, existe uma forma eficaz de prevenir essa infecção: a vacina contra pneumonia , também conhecida como vacina anti-pneumocócica. Indicação e Benefícios: A vacina contra pneumonia é recomendada para uma variedade de grupos de pessoas, incluindo crianças, adultos mais velhos e indivíduos com certas condições médicas que os tornam mais suscetíveis a infecções respiratórias. Entre os grupos prioritários estão: 1. Crianças: A vacinação contra pneumonia é uma parte essencial do calendário de vacinação infantil. Ela protege as crianças contra doenças graves, como pneumonia, meningite e sepse causadas pelo pneumococo. 2. Indivíduos acima de 60 anos: À medida que envelhecemos, nosso sistema imunológico pode enfraquecer, tornando-nos mais suscetíveis a infecções. A vacina contra pneumonia é altamente recomendada para indivíduos acima de 60 anos para ajudar a prevenir casos graves de pneumonia e suas complicações. 3. Pessoas com Condições de Saúde Crônicas: Indivíduos com condições médicas subjacentes, como diabetes, doenças cardíacas ou pulmonares, têm um risco aumentado de desenvolver pneumonia e suas consequências. Para essas pessoas, a vacinação é uma medida importante para reduzir o risco de complicações relacionadas à pneumonia. 4. Imunocomprometidos: Pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos devido a doenças como HIV/AIDS, câncer ou tratamentos imunossupressores têm um risco aumentado de infecções bacterianas, incluindo pneumonia. A vacinação é fundamental para proteger esses indivíduos contra doenças graves. Os benefícios da vacina contra pneumonia são significativo s. Ela não apenas reduz o risco de contrair pneumonia causada pelo pneumococo, mas também pode prevenir complicações graves, como hospitalização, danos nos pulmões e até mesmo morte. Tipos de Vacina Disponíveis: Existem dois tipos principais de vacinas contra pneumonia disponíveis no mercado:  1. Vacina Pneumocócica Conjugada (VPC13): Esta vacina é geralmente administrada a crianças pequenas como parte do calendário de vacinação infantil. Também é recomendada para adultos mais velhos e indivíduos com condições médicas específicas. A VPC13 protege contra 13 tipos diferentes de pneumococos. 2. Vacina Pneumocócica Polissacarídica (VPP23): Esta vacina é recomendada para adultos mais velhos e pessoas com condições médicas crônicas. Ela oferece proteção contra 23 tipos de pneumococos. Geralmente, é administrada em uma dose única, embora em alguns casos uma dose de reforço possa ser recomendada após 5 anos. Ambas as vacinas são seguras e eficazes, e geralmente bem toleradas. Os efeitos colaterais são geralmente leves e temporários, como vermelhidão ou dor no local da injeção, febre leve ou sensação de mal-estar geral. É importante discutir com seu médico qualquer preocupação sobre a vacinação contra pneumonia, especialmente se você tiver alergias a componentes da vacina ou se estiver grávida. Mais recentemente, novas opções de vacinas conjugadas estão entrando no mercado . A vantagem das vacinas conjugadas em relação à polissacarídica é que elas promovem uma maior resposta imune, mantendo os níveis de proteção contra o pneumococo mais duradoura. Já está disponível uma opção de vacina conjugada que contempla 15 sorotipos do pneumococo e ainda este ano teremos o lançamento de uma nova opção cobrindo 20 sorotipos. Conclusão Em suma, a vacina contra pneumonia é uma ferramenta vital na prevenção de infecções respiratórias graves causadas pelo pneumococo. Ela é recomendada para uma variedade de grupos de pessoas, incluindo crianças, adultos mais velhos e indivíduos com condições médicas subjacentes. Ao receber a vacina, você não apenas protege a si mesmo, mas também ajuda a proteger aqueles ao seu redor , reduzindo a propagação de doenças infecciosas. Não hesite em conversar com seu médico sobre a vacina contra pneumonia e como ela pode beneficiar você e sua família. Lembre-se, prevenir é sempre melhor do que remediar quando se trata de saúde respiratória. Continue acompanhando o nosso blog . Por Dr Rodrigo Athanazio Responsável Técnico: Dr. Rodrigo Abensur Athanazio CRM 122658 | RQE 42009 e 42010
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